A tese da compatibilidade teria fundamento se o método neoclássico (baseado no equilíbrio, na constância e numa concepção estreita de otimização e racionalidade) correspondesse à forma real como os seres humanos atuam e não tendesse, como acreditam os austríacos, a viciar em grande medida qualquer análise teórica.
B) “Os austríacos não deveriam criticar os neoclássicos por utilizar pressupostos simplificadores que ajudam a entender a realidade”
O que os austríacos criticam aos neoclássicos não é a natureza simplificadora dos seus pressupostos, mas sim, precisamente, o fato de esses pressupostos serem contrários à realidade empírica de como se manifesta e atua o ser humano (de maneira dinâmica e criativa).
C) “Os austríacos falham no momento de formalizar as suas proposições teóricas”
O uso do formalismo matemático é mais um vício do que uma virtude, uma vez que é uma linguagem simbólica construída de acordo com as exigências do mundo das ciências naturais, da engenharia e da lógica, campos onde o tempo subjetivo e a criatividade empresarial não estão presentes.
D)
“Os austríacos produzem muito poucos trabalhos de tipo empírico”
Os
austríacos consideram que existe um excesso de produção de
trabalhos empíricos e uma escassez relativa de estudos teóricos que sejam
capazes de nos permitir entender e interpretar o que acontece na realidade.
E) “Os austríacos renunciam à previsão no âmbito da Economia”
Preocupam-se mais em construir um esquema ou arsenal de conceitos e leis teóricas que permitam interpretar a realidade e ajudem os seres humanos que atuam (empresários) a tomar decisões com maiores possibilidades de êxito.
F)
“Os austríacos carecem de critérios empíricos para validar as suas teorias”
A validação empírica das teorias ignora que em economia a “evidência” empírica nunca é incontroversa uma vez que se refere a fenômenos históricos de natureza complexa que não permitem a experimentação laboratorial, na qual se isolam os fenômenos relevantes e se mantêm constantes todos os demais aspectos que possam exercer alguma influência sobre a análise. Ou seja, as leis econômicas são sempre leis ceteris paribus, enquanto que na realidade jamais se verifica este pressuposto de constância.
G)
“A acusação de dogmatismo”
Paradoxalmente, a arrogância e o dogmatismo radicam na forma habitual de os economistas neoclássicos apresentarem o que consideram ser o ponto de vista mais característico da economia, quando se centram exclusivamente sobre a base dos princípios do equilíbrio, da maximização e da constância das preferências.
Fonte de Consulta
HUERTA de SOTO, Jesus. A Escola Austríaca: mercado e criatividade empresarial. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2010.
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