A Economia, como transformação dos bens naturais em bens
úteis, sempre existiu. A Ciência Econômica, como modelo teórico suficientemente
integrado e poderoso em que inferências feitas a partir dele possam ser
testadas, datam de 1776, quando da publicação do livro a Riqueza das
Nações, de Adam Smith.
Adam Smith, em a Riqueza das Nações, teve o mérito de
formular, com poucas informações sistemáticas disponíveis, um modelo econômico
como um todo, em que a alocação de recursos, o sistema de preços e a
especialização da mão de obra são maximizados no sentido de propiciar ao
comércio livre uma soma positiva — tanto o comprador quanto o vendedor ganham.
O seu impacto foi marcante sobre as políticas econômicas da Grã-Bretanha, de
outros países e, principalmente, sobre a política interna dos Estados Unidos no
que se refere à legislação antitruste e à regulamentação do monopólio.
Malthus e Ricardo, sucessores de Adam Smith, também exerceram uma
considerável influência sobre o sistema social. Malthus, no seu primeiro Essay
on Population, publicado em 1798, retrata a "visão miserífica" de
equilíbrio de longo prazo, onde a fome e a miséria são os únicos meios efetivos
para conter o crescimento excessivo da população. Ricardo, por sua vez, captou
os insights de Adam Smith num corpo de doutrina abstrata, onde
estão arrolados a ortodoxia do padrão ouro, a pequena atuação governamental, os
orçamentos equilibrados e uma lei dos pobres punitiva.
Karl Marx, embora não tenha inovado a ciência econômica, foi um dos
filósofos que mais influenciou o pensamento político e social da humanidade.
Sua contribuição está associada à visão total da sociedade, em que a luta de
classes é o elemento básico para a mudança social do século seguinte. A
contestação da legitimidade da propriedade privada, do mercado como organizador
social, dos ideais burgueses e do Estado burguês foram os pontos positivos de
sua teoria. O seu grande erro foi supor que a parte do produto que cabia ao
trabalhador tendia a manter-se estável e que todo aumento do produto reverteria
para o capitalista.
Keynes, reputado como o mais notável economista de sua geração, obteve
fama em vista da utilização das estatísticas de renda nacional. Enquanto os
seus predecessores não tinham um conhecimento sofisticado da economia
matemática, da econometria e da coleta e processamento das informações
econômicas, as estatísticas de renda nacional foram para Keynes o que o
telescópio foi para Copérnico. Essas estatísticas forneceram-nos subsídios para
observar mensalmente o funcionamento do sistema econômico, o que era vedado a
Marx, Malthus, Ricardo, Adam Smith etc.
As teorias se modificam, porque as Ciências são dinâmicas. Contudo, há
alguns paradigmas que sempre resistem ao tempo: no caso da economia, é a
liberdade de comércio preconizada por Adam Smith.
Fonte de Consulta
BOULDING, K. E. O Impacto das Ciências Sociais. Rio de
Janeiro, Zahar, 1974.
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