22 março 2020

Origem do Capitalismo

O capitalismo opera em benefício do consumidor, pois este possui o que os produtores querem: dinheiro.

capitalismo, tal como entendemos hoje, originou-se na Idade Média – período que se estende desde a queda do Império Romano (476 d.C.) até a tomada de Constantinopla pelos turcos (1453) –, embora anteriormente já havia comerciantes, empresários e financistas. Esse período foi dominado pelo regime feudalista, fechado, em que as atividades econômicas centralizavam-se na subsistência do próprio feudo. Juro condenado, lucro proibido e preço justo eram os fundamentos dos fatos econômicos.

Os principais traços do sistema feudal: 1) rede de prestações, contraprestações e sujeições em que cada indivíduo estava inserido; 2) diminuição dos intercâmbios comerciais e o desaparecimento quase completo da moeda devido à tendência ao entesouramento; 3) escambo tornou-se a modalidade típica de trocas e transações; 4) vassalagem. Entretanto, alguns dos habitantes desses domínios fechados começaram a sentir o desejo de melhorar sua condição de vida passando a morar nas antigas cidades romanas a fim de lucrar com as possibilidades de trocas abertas por essas aglomerações.

O comércio "exterior" entre feudos, uma vez iniciado, generalizou-se, principalmente devido à divisão do trabalho e do surgimento das especializações. Cabe ressaltar a importância das Cruzadas que, no fundo eram religiosas, mas intensificaram as trocas comerciais entre a Europa e o Oriente Próximo. Jessua diz: "A expansão comercial das cidades-estados italianas provocou uma série de consequências econômicas: os mercadores comprometidos com essas expedições comerciais tiveram que refinar seus métodos de gestão. Foi assim que surgiu a contabilidade de partidas dobradas em Florença, a partir do final do século XII, até ser codificada em Veneza por Luca Paccioli em 1945".

Em fins do século XV, tivemos o início das grandes descobertas. Colombo, Cabral e outros propuseram-se a buscar novos acessos aos mercados da Índia. Observa-se, também, a expansão monetária bancária, pois as grandes fortunas eram abstratas, ou seja, como soma de moedas. Nota-se os principais traços distintivos do capitalismo: o aumento cumulativo das riquezas, a racionalidade da condução dos negócios pela utilização das redes de comunicação, pela contabilidade, pelo refinanciamento das operações bancárias, pelo lucro e pelo espírito de aventura independente dos poderes locais.

O passo seguinte foi o surgimento da Revolução Industrial, ou seja, o conjunto dos rápidos melhoramentos que beneficiaram as técnicas de produção nas manufaturas, sobretudo de 1770 em diante. Consequência da Revolução Industrial: o Produto Interno Bruto mundial por habitante (em dólares, 1990) passou de 565 em 1500 para 651 em 1820, mas atingiu 5.145 em 1992.

O espírito de independência e de responsabilidade pessoal, desenvolvendo-se como uma reação contra o poder real ou senhorial absolutista, foi a causa primordial da arrancada capitalista.

Fonte de Consulta

JESSUA, Claude. Capitalismo: Uma Breve Introdução. Tradução de William Lagos. Porto Alegre, RS: L&PM, 2019, capítulo 1.



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