05 março 2020

Ricardo, David

"O trabalho, como todas as outras coisas que são compradas e vendidas e cuja quantidade pode ser aumentada ou diminuída, tem seu preço natural e seu preço de mercado. O preço natural do trabalho é aquele necessário para permitir que os trabalhadores, em geral, subsistam e perpetuem sua descendência, sem aumento ou diminuição." (David Ricardo)

David Ricardo (1772-1823) foi um economista e político britânico. Ao lado de Thomas Malthus e Adam Smith, foi um dos mais influentes economistas clássicos. Deixou importantes contribuições para o pensamento econômico mundial. Foi James Mill [o pai de John Stuart Mill] quem o convenceu a escrever. Entretanto, alcançou fortuna considerável na bolsa, o que lhe permitiu reformar-se aos 42 anos. 

Malthus e Ricardo, sucessores de Adam Smith, também exerceram uma considerável influência sobre o sistema social. Malthus, no seu primeiro Essay on Population, publicado em 1798, retrata a "visão miserífica" de equilíbrio de longo prazo, onde a fome e a miséria são os únicos meios efetivos para conter o crescimento excessivo da população. Ricardo, por sua vez, captou os insights de Adam Smith num corpo de doutrina abstrata, onde estão arrolados a ortodoxia do padrão ouro, a pequena atuação governamental, os orçamentos equilibrados e uma lei dos pobres punitiva.

Muitas de suas primeiras publicações foram sobre moeda e sistema bancário. Em 1810 publicou o panfleto sobre O alto preço dos metais preciosos (ouro e prata) como prova da desvalorização das notas bancárias (The high price of bullion, a proof of the depreciation of bank notes); em 19815, Ensaio sobre a influência de um baixo preço do cereal sobre os lucros do capital (Essay on the influence of a low price of corn on the profits of stock); este apareceu em 1817, sob o título Princípios da economia política e tributação (The principles of political economy and taxation), e dominou a economia clássica durante cerca de meio século. 

A principal questão levantada por Ricardo nessa obra trata da distribuição do produto gerado pelo trabalho na sociedade. Isto é, segundo Ricardo, a aplicação conjunta de trabalho, maquinaria e capital no processo produtivo gera um produto, o qual se divide entre as três classes da sociedade: proprietários de terra (sob a forma de renda da terra), trabalhadores assalariados (sob a forma de salários) e os arrendatários capitalistas (sob a forma de lucros do capital). O papel da ciência econômica seria, então, o de determinar as leis naturais que orientam essa distribuição, como modo de análise das perspectivas atuais da situação econômica, sem perder a preocupação com o crescimento em longo prazo.

A sua teoria das vantagens comparativas constitui a base essencial da teoria do comércio internacional. Demonstrou que duas nações podem beneficiar mutuamente do comércio livre, mesmo que uma nação seja menos eficiente na produção de todos os tipos de bens do que o seu parceiro comercial. Ricardo defendia que nem a quantidade de dinheiro num país, nem o valor monetário desse dinheiro, era o maior determinante para a riqueza de uma nação.

A lei dos custos comparativos é uma das partes mais importantes da teoria do comércio internacional nos dias de hoje. Ricardo contribuiu substancialmente para a metodologia e "ferramental" dos economistas. 

Fonte de Consulta 

BANNOCK, Graham, BAXTER, R. E. e REES, Ray. Dicionário de Economia. Tradução de Antonio Luís Salvaterra e Maria Madalena Marques de Carvalho Grade. Lisboa/São Paulo: Verbo, 1987. 

https://pt.wikipedia.org/wiki/David_Ricardo

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